quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Marcas

Aqui estou
Mas também sei
Que é só por enquanto
Sei que um dia irei
Sei que muito levarei
E o meu pranto

Vai me mostrar
Mais uma vez
O que já sei

Que uma das faces da maldade
É querer um abraço de verdade
Quando a distância e saudade
Dizem não
Marcas da imperfeição

E quando for
O tempo dos últimos risos
Ainda lembro do "preciso"
Tão precioso quanto o sorriso teu
Que se perdeu
De quem não soube guardar
 
E hoje vê
Que do tempo a porta
Parece até torta
Mas é normal
Parece mau
Por não nos deixar refazer
Por não nos deixar a saber
Sobre o final
E falta o chão
Marcas da imperfeição

Por certo a dor
Revelará que há um mito
O segredo de um aflito
Que ninguém vê
Pois está tão cansado
Que não é capaz de dizer
Que está a sofrer

E tantos que brincam com a sorte
E dizem que ele é tão forte
Por seu sorrir
Porém ali
Há mais lágrimas do que alguém
Pode presumir
Por que então?
Sei o que são
Marcas da imperfeição

E já nem falo mais do frio
Pois a vida é como um rio
Que vi passar
Que vi chegar
Que vi secar
Porém nunca vi as águas
A voltar
Não podem não
Sair do mar
Voltar ao chão
Marcas da impereição

E quando os olhos
Nada mais puderem ver
E quando a lembrança
Tornar-se o tesouro de meu ser
De que a estrada vai valer?
De que me servirá aprender?
Sem teu amor
Marcas de quando eu for

E se tais palavras são mais
Do que delírios bons de se ouvir
Por que não me dizem o que traz paz?
Mas sei que é assim
Início e fim
E no meio...
Marcas que vejo em mim

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